Apenas um sonho - Junho
Esse texto de Hedi Duarte tem relação com as imagens apresentadas nas aulas sobre outras linguagens que não a escrita. Para entendermos melhor, segue a imagem que originou o texto, logo abaixo da narrativa.
APENAS UM SONHO
Eu estava perambulando pelas ruas centrais, admirando vitrines das lojas. Vi muitas coisas lindas . Roupas incrementadas e coloridas vestindo os manequins que ostentavam bijuterias em novos formatos e totalmente diferentes daqueles que costumeiramente nos são oferecidos. Tambem muitos modelos de óculos diversos, desde os tradicionais até os enfeitados com "strass" e "dourados".
Entre os oculos, bem no centro, destacava-se apenas o busto de um manequim, envolto num vistoso chale e usando óculos totalmente diferentes. Um pequeno cartaz anunciava: "Viva em magia e sem estresse".
Cada uma de suas lentes tinha uma fechadura embutida e apenas na do lado esquerdo, uma pequena chave decorada com pedrinhas brilhantes.
Curiosa, entrei na loja e pedi informações sobre este modelo tão diferente de óculos. A atendente gentilmente trouxe um par e me explicou que usando os óculos normalmente, nada de diferente acontece. Mas, girando-se a chave na fechadura do lado esquerdo, igual o lado de nosso coração, passamos a ver somente as coisas positivas e ótimas ao nosso redôr, nada mais nos incomoda e o estresse nos abandona ............!
Ah,.........isto eu tinha que experimentar... Comprei um exemplar.
De volta à rua, com os novos óculos no nariz, olhei o movimento caótico dos pedestres, indo e vindo, muitos se esbarrando na pressa de chegar. Os automóveis buzinando freneticamente, para evitar bater em outro carro ou atropelar alguém, e assim, chegar mais depressa ao próximo farol, antes que ele mude para o vermelho. De repente, assustei: Gritos de "pega ladrão", "socorro". Uma senhora teve sua bolsa furtada e pediu ajuda.
Lembrei dos meus óculos miraculosos e virei a chave, trancando assim os dissabores.
Visei novamente o movimento da rua e vi os pedestres indo e vindo ordenadamente e aqui ou acola ouvi um "desculpe-me" ou "com licença" ou "perdão". Os carros movimentavam-se sem buzinar e o motorista, ao avistar uma pessoa que queria atravessar a rua, parava e acenava com a mão, convidando-a para a travessia. Uma senhora que deixou sua bolsa cair, foi supreendida por um garotinho que entregou-lhe a bolsa de volta e oferecendo-lhe uma flor, ainda quis ajuda-la.
"Trimm"........."trimm".........meu despertador me "separou" do mundo fantastico do "faz de conta"..........Que pena!
Levantei -me para viver mais um dia igual aos outros.