Apenas um sonho - Junho

09-09-2014 16:39

Esse texto de Hedi Duarte tem relação com as imagens apresentadas nas aulas sobre outras linguagens que não a escrita. Para entendermos melhor, segue a imagem que originou o texto, logo abaixo da narrativa.

 

APENAS UM SONHO

 

Eu estava perambulando pelas ruas centrais, admirando  vitrines das lojas.  Vi muitas coisas lindas .  Roupas incrementadas e  coloridas  vestindo os  manequins   que ostentavam  bijuterias    em novos  formatos  e totalmente diferentes daqueles que  costumeiramente  nos são oferecidos.  Tambem  muitos modelos de    óculos diversos,  desde  os tradicionais  até os enfeitados com "strass"  e  "dourados".

Entre os oculos, bem no centro,  destacava-se  apenas o busto de um manequim,   envolto   num  vistoso  chale  e  usando  óculos  totalmente diferentes.   Um pequeno cartaz anunciava:            "Viva em magia  e  sem estresse".  

Cada uma de suas lentes tinha uma fechadura embutida e apenas na do lado esquerdo, uma pequena chave decorada com pedrinhas brilhantes.

 Curiosa, entrei na loja e pedi informações sobre este modelo tão diferente de óculos.  A atendente  gentilmente trouxe um par e me explicou que usando os óculos normalmente,  nada de diferente acontece. Mas, girando-se a chave na fechadura do lado esquerdo,   igual o lado de  nosso coração, passamos a ver somente as coisas positivas e ótimas ao nosso redôr, nada mais nos incomoda  e  o  estresse nos abandona ............!

Ah,.........isto eu tinha que experimentar...  Comprei  um exemplar.

De volta  à rua, com os novos óculos no nariz, olhei o movimento caótico dos pedestres, indo  e vindo, muitos  se esbarrando na pressa de chegar.  Os automóveis  buzinando  freneticamente, para  evitar bater em  outro carro  ou atropelar  alguém,   e assim,  chegar  mais depressa  ao próximo farol,  antes que ele mude para o  vermelho. De repente, assustei:  Gritos de "pega ladrão",   "socorro". Uma senhora teve sua bolsa furtada e pediu ajuda.

Lembrei  dos meus óculos miraculosos e virei a chave, trancando assim  os  dissabores.

Visei novamente o movimento da rua e vi os pedestres indo e vindo  ordenadamente e aqui ou acola ouvi um "desculpe-me" ou "com licença" ou "perdão". Os carros movimentavam-se sem buzinar e o motorista, ao avistar uma pessoa que queria atravessar a rua, parava e acenava com a mão,  convidando-a  para a travessia.  Uma senhora que deixou sua bolsa cair, foi supreendida por um garotinho que   entregou-lhe  a bolsa  de volta e oferecendo-lhe uma flor, ainda quis ajuda-la.

"Trimm"........."trimm".........meu despertador me "separou" do  mundo   fantastico do  "faz de conta"..........Que pena!

Levantei -me  para viver mais um dia  igual aos outros.