Exercício Cora Coralina
“MAIS ESPERANÇAS NOS MEUS PASSOS DO QUE TRISTEZA NOS MEUS OMBROS”
Rolos de fumaça toldam os céus, a poeira vermelha tinge o ouro branco.
Rapidamente cai a chuva,
lava o rosto banhado de suor misturado às lágrimas,
Doce e salgado juntos.
Vão para as águas fundas do mar
onde moram a esperança e o medo, amalgamados.
O fardo molhado pesa ainda mais nos ombros cansados.
Passos agora lentos deixam para trás o monturo
arrastado pela farta enxurrada.
A primavera virá, com certeza, eterna, mágica.
Transformará o medo em esperança escrita em nanquim
na maciez do cetim, envolvendo o sonho que sempre se renova.
Esse sim é eterno.