Exercício Março/Abril

21-09-2012 18:55

O QUE SOMOS NÓS NESSE TEMPO QUE É O NOSSO?

No silêncio da madrugada ouço o ritmo compassado e firme do velho carrilhão. Tique, taque, tique taque, tique taque... Volto meu pensamento para nosso tempo , tão longo por vezes, tão ínfimo na grandeza do espaço sideral.

Como um alfinete fincado no grande mapa da vida, assim é a existência de todo ser vivo: é concebido, nasce, vive e morre, deixando quando muito , um pequeno vestígio de sua passagem por nosso minúsculo planeta. Em pouco tempo a memória de sua passagem pela vida desaparece. Lembram-se dele seus familiares, alguns amigos e nada mais. E a roda da existência segue, indiferente, renovando gerações e gerações ...

Como o tempo é o grande devorador de sonhos, quem deseja transformá-los em realidade precisa ter seu próprio compasso de vida, sobrepujando o ritmo imperdoável do tempo: num minuto somos jovens e fortes, em outro já estamos acomodados e num terceiro a velhice nos tolheu as possibilidades maiores!

O que somos nesta vastidão de seres na nossa Terra, no complexo viver que a modernidade nos apresenta e possibilita?

Sabemos que aos olhos de Deus somos seres ímpares, cada um único no seu corpo e alma, todos com seus “talentos”, virtudes e defeitos.

Certa vez um filósofo respondendo a pergunta sobre o que ele via como característica deste século, respondeu: “a velocidade”. Isso faz com que não haja profundidade na análise de valores, comportamentos e convivencia social. Fica tudo na superfície e nós, partícipes desse momento desequilibrado em nossa auto-afirmação.

O que somos hoje? Não há tempo para pensar, analisar – o momento em sua voraz velocidade já passou ... Seu ritmo não é o do meu carrilhão, constante e ritmado. É célere. É inconstante. É imaterial. Por isso precisamos a um tempo participar, procurar entender a complexidade deste nosso momento, sem nunca perder de vista nossa individualidade, nossa inserção em nosso “habitat” e a responsabilidade que isso nos traz.