Primaverando
Após os tiritantes dias de inverno, surge, radiante e para a alegria de todos, a primavera, no mês de setembro.
A fria temperatura vai, aos poucos, aquecendo, e voltam a brilhar os saudosos dias de sol. Engalanada, a natureza desperta, alegre e radiante, trazendo manhãs frescas e tardes amenas.
Já dá para vislumbrar uma performance na vegetação, com pontas verdes brotando em hastes, crescendo...
É o milagre da vida. É a nova seara chegando, matizada.
No quintal da casa, pardais, rolinhas, pombas e sabiás disputam os vasos do Antonio para fazer seus ninhos, com vestígios de habitação para desovar. Até o pé de acerola é disputado.
São artífices na construção dos ninhos, utilizando os gravetos que carregam nos biquinhos, sobrepondo-os com destreza nos galhos, como o João de Barro.
Algazarreando e arrulhando, trinam, sem imaginar que estão orquestrando a natureza. Atrevidinhos, adentram a cozinha em busca de alimentos, ou mesmo farelos para os filhotinhos já despertos da fase ovina. É o instinto maternal, perpetuando a espécie.
Até beija-flores e borboletas dão o ar da graça, festivos, atraídos pelo perfume das flores das árvores frutíferas do quintal vizinho, cujos galhos se debruçam sobre o telhado da edícula.
Laboriosos, fertilizam o solo com a polinização.
Tudo é festa! Tudo é alegria! Tudo é esplendor e encantamento num belo dia de primavera, onde o sol se alterna com algumas brumas distraídas, e os estios se franjam de chuvas ligeiras e benfazejas, que vêm regar as plantas, que tanto enfeitam a vida, a alegre vida dos dias felizes da eterna primavera.
A natureza nupcial canta em agradecimetno, reverência e esperança!